O fungo de The Last of Us pode causar uma nova pandemia? O que diz a ciência
A série e o jogo The Last of Us popularizaram o medo de um apocalipse zumbi causado por um fungo capaz de controlar humanos. Mas será que a ameaça é real? Já falamos bastante sobre o tema por aqui e, agora, trarei este tema baseado em informações científicas e referências do universo zumbi para separar ficção de realidade.
Boa leitura!
O que mostra a série (e o que existe na natureza)
Em The Last of Us, o fungo Cordyceps sofre uma mutação e passa a infectar humanos, transformando-os em criaturas agressivas e sem controle próprio. Na vida real, o Cordyceps existe, mas sua ação é restrita a insetos, especialmente formigas e outros artrópodes.
Ele manipula o comportamento do hospedeiro, levando-o à morte para espalhar seus esporos, um fenômeno que já inspirou diversos conteúdos no blog Corpos Amarelos.
O que diz a ciência: riscos reais e mitos
Recentemente, uma matéria do G1 esclareceu dúvidas sobre a possibilidade de um fungo como o da série causar uma pandemia em humanos. O ponto de partida foi um estudo científico que viralizou nas redes sociais, sugerindo que mudanças climáticas poderiam tornar fungos mais perigosos para pessoas.
No entanto, a pesquisa não cita o Cordyceps nem prevê uma pandemia global como a da ficção
Principais pontos do estudo científico
- Fungos estão por toda parte: No solo, no ar, em plantas e até na pele humana. A maioria é inofensiva, mas alguns podem causar doenças, principalmente em pessoas com imunidade baixa.
- Impacto das mudanças climáticas: O aquecimento global pode permitir que fungos se adaptem a novas regiões e temperaturas, aumentando o risco de infecções em humanos e plantações.
- Pandemia zumbi? Não. O estudo não prevê que o Cordyceps ou qualquer outro fungo vá controlar humanos, ou causar um apocalipse. O cenário de The Last of Us segue sendo ficção científica.
O que preocupa de verdade
Apesar de não haver risco de zumbis, os fungos são uma preocupação crescente para a saúde pública:
- Estima-se que 6,5 milhões de infecções fúngicas sejam diagnosticadas por ano, causando cerca de 3,8 milhões de mortes.
- 20% da produção mundial de alimentos é perdida para fungos antes mesmo da colheita.
- A resistência a medicamentos antifúngicos está aumentando, e poucos novos remédios foram aprovados na última década
Mudanças climáticas e o futuro dos fungos
O estudo citado pelo G1 mostra que, com o aumento das temperaturas, fungos como o Aspergillus podem se espalhar para novas regiões, afetando mais pessoas e plantações. Países do hemisfério norte, como Austrália, China e Europa, podem ver um aumento significativo de infecções fúngicas se nada for feito para conter as mudanças climáticas
Ficção x realidade: o que aprender com The Last of Us
- Ficção: O Cordyceps não pode infectar humanos nem controlar seus corpos.
- Realidade: Mudanças ambientais podem tornar fungos mais presentes e perigosos, mas não no nível apocalíptico da série.
- Alerta: O tema serve para chamar atenção à importância da pesquisa científica, do monitoramento de doenças e da preparação para crises de saúde pública — temas recorrentes no blog Corpos Amarelos
Dicas de sobrevivência (e de consciência)
- Informação é a melhor arma: Não caia em fake news sobre pandemias zumbis.
- Cuide da saúde: Pessoas imunossuprimidas devem ter atenção redobrada com infecções fúngicas.
- Apoie a ciência: Investir em pesquisa é fundamental para antecipar e combater ameaças reais.
Conclusão
O apocalipse zumbi de The Last of Us é, por enquanto, apenas entretenimento. Mas a discussão sobre fungos, mudanças climáticas e saúde pública é real e urgente. Fique atento, prepare-se — não para zumbis, mas para os desafios do mundo moderno. E continue acompanhando o Corpos Amarelos para mais conteúdos sobre sobrevivência, ciência e cultura pop apocalíptica!
Leia "O Voo da Mosca", livro da série Corpos Amarelos

O Voo da Mosca é uma coletânea de dramas pós-apocalípticos de zumbis que narra cinco histórias distintas ambientadas no mesmo universo, mas em momentos diferentes.
Contos desta coletânea: Puberdade (inédito) - Olhos Mágicos - Passagem - Terraço - Paradigma (inédito)
Nessa obra, os 'corpos amarelos' — como são chamados os seres transformados — não são a maior ameaça. As histórias exploram o entendimento das relações humanas e sociais, laços familiares e afetivos, identitarismo, conflitos, sacrifícios diante de uma nova realidade, traumas e relações de poder.
Começando por Puberdade, o início da adolescência é reimaginado no instante zero do caos, trazendo incertezas e a descoberta de um mundo novo, onde crescer significa lutar contra monstros visíveis e aqueles que não são vistos, mas sentidos.
Olhos Mágicos também parte do momento zero e explora os mistérios do que enxergamos e do que escolhemos ignorar, testando as noções de confiança e paranoia.
Em Passagem, acompanhamos a jornada de dois amigos inseparáveis dez anos após o início da pandemia. A travessia entre vida e morte é uma linha tênue, onde cada decisão pode ser a última. Um chamado para a aventura traz novos conflitos, testes, um novo aliado e inimigos jamais vistos.
No conto Terraço, a subida de uma escadaria em um prédio pode mudar convicções, testando os limites físicos em um espaço fechado e os limites psicológicos do sobrevivente. Ali, uma simples cobertura de prédio se transforma em palco de conflitos internos e externos.
Por fim, Paradigma conclui a coletânea com os recorrentes questionamentos de um jovem sobre tudo o que se acreditava saber sobre o apocalipse e sobre si.
Em O Voo da Mosca, o leitor será desafiado a refletir sobre o comportamento humano em situações extremas e inesperadas. Cada conto é parte de um quebra-cabeça sombrio, onde os corpos amarelos podem ser o menor dos problemas. Prepare-se para uma leitura visceral, repleta de tensão psicológica e surpresas devastadoras.
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Livros da série Corpos Amarelos
O Voo da Mosca (2025)

Olhos Mágicos (2024)
Passagem (2023)
Terraço (2023)